sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Porto Santo

A edição do Diário de Notícias da Madeira de 3 de Dezembro deixou-me deveras surpreso pela manchete publicada. Tal foi a minha perplexidade, que senti-me na obrigação de ler a notícia na integra, e com muita atenção. A minha primeira reacção foi de pensar que aquilo era uma brincadeira de carnaval ... mas não estamos no carnaval! ou então uma partida do dia das mentiras ... mas não estamos em Abril tão pouco! Humm.... Aqui há gato! Tratei desde logo de vereficar a fonte da notícia. Procurar o site do Instituto Nacional de Estatística (INE) e ... cá está. O estudo em questão, completamente ao dispôr de todo o cidadão, que tive a ocasião de ler na diagonal, pois há certos parâmetros da análise, que escapam ao meu curto saber. Céptico como sou, continuo com as minhas dúvidas. Não é que ponha em causa a veracidade do estudo, aliás quem sou eu para pôr em questão a metologia usada pelo INE. Só que a "bota não bate com a perdigota" ou por outras palavras, o teórico não bate com o prático ... digo eu que sou burro!
Sim senhor, Porto Santo o sétimo classificado a nível nacional em poder de compra! Quem haveria de dizer? Se o INE o diz eu ... ... acredito! Apesar de achar que deve ter havido ali no meio de toda aquela embrulhada, algum parâmetro que se esqueceram colocar ou colocaram a mais.
Enfim, O Sr. jornalista ( Miguel Torres Cunha ) fez bem o seu trabalho, até ao momento em que se pôs a emitir opiniões ( próprias, penso eu ... ou serão de grupo? ) sobre matéria que deveria deixar aos leitores decidirem ( se é que têm opinião, ou se sentem á vontade para a exprimi-las ).
Ao afirmar, e passo a citar "...os residentes na ilha do Porto Santo são hoje uns privilegiados...", gostaria de perguntar, ao Sr. Jornalista, em que critério se baseou para tão brilhante opinão? Será por experiência própria de viver no Porto Santo, será por algum inquérito, recolhido pela população residente no Porto Santo ...?
Ao afirmar que tal facto "... obriga o orçamento regional e municipal a injectar um acréscimo de 2 milhões de euros na melhoria dos ordenados dos que trabalham em departamentos, serviços e outras estruturas públicas." certamente se está a esquecer que o orçamento regional e municipal, recebem do orçamento nacional, que por sua vez recebe do orçamento comunitário, verbas destinadas exclusivamente para esse fim. Enfim, pequenas questões que pouca diferença fazem, tal e qual como no próprio estudo do INE.
Desafio, o Sr. Jornalista, a vir viver ( seis meses no minimo, os quinze dias do verão não contam ) para o Porto Santo, e depois então emitir juizos de opinião sobre as condições de vida dos residentes da Ilha Dourada. Ao fazê-lo ( os juizos de opinião ) sem preencher esse pressuposto, o Sr. Jornalista, está a prestar um mau serviço ao País e sobretudo um péssimo préstimo á Região, que devaria ser coesa e não admitir qualquer factor de divisão.
Desminta-me se estiver errado.

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